Monday, March 24, 2008

...

Era tarde, a madrugada já devia estar bem adiantada. Abri os olhos e estava lá, no meio da rua, descalça. Andava, andava, a rua parecia não ter fim. Olhava para frente e era aquele caminho reto, sem curvas, sem nada, nem sabia porque razão andava, para onde, mas seguia ...

Olhava para cima e aquela lua cheia, cercada por belas nuvens que escondiam as estrelas faziam com que eu esquecesse que não sabia que rua era aquela e porque estava ali, andando sem rumo.

Não chorava, apesar da vontade. Sabia que não havia razão, era somente outro sonho esquisito, que começara do nada, de maneira confusa, logo nos primeiros momentos de sono e que logo passaria.

Também não me preocupava em encontrar algo ou alguém familiar, que viesse com os torturantes “porquê“, “o quê“, “desde quando“ e outros questionamentos tão inúteis para quem não tem a intenção de explicar ou entender absolutamente nada.

Aos poucos, aquela solidão me trazia de volta ao sono naquele estágio em que nada mais te acorda, aquele sono que chamam dos justos... mal senti quando as pernas pararam. Nem me preocupei em saber onde. Não enxergava mais nada.

Quando abri os olhos, a lua já estava longe, as nuvens próximas, a rua havia acabado e vi no reflexo do espelho que meu rosto tinha marcas de muitas lágrimas que o haviam atravessado.

E nenhum questionamento.

Somente o silêncio. O perturbador silêncio....

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