Thursday, December 11, 2008

Luto

Hoje foi mais um dia daqueles em que dá vontade de desistir.
Ontem aconteceu o julgamento de um dos policiais responsáveis pelo assassinato do menino João Roberto, fuzilado em meio a um tiroteio entre ladrões e policiais.
Muitas vezes o júri popular nos parece a forma correta de se julgar crimes bárbaros como esse. A sociedade toda chocada, solidária com a dor de uma família.

Mas ontem percebemos o que estamos nos tornando. Sim, nós. Essa sociedade da qual fazemos parte.
Acreditamos, sim, que matar bandido pode. E coitado daquele pobre inocente que está no meio do fogo cruzado. Culpar os policiais? Como? Eles estavam ali para matar bandidos. Os pobres coitados, por uma fatalidade, confundiram os carros e mataram um menino de 3 anos. Não é a ação que vale, e sim a intenção. Os resultados são somente para lamentarmos. Assim como lamentamos os milhares de assassinatos que acontecem em nossa cidade. Ou não.

Será que lamentamos ainda alguma coisa? Ou simplesmente já acreditamos MESMO que é assim que deve ser, de tanto que já é? E no final do ano, vendo as retrospectivas de diversos canais, lembramo-nos de tantas tragédias que acompanhamos, tanto de jovens da classe média, pitboys ou não, quanto de crianças e jovens pretos e pobres... em um único bloco de 7 minutos relembramos os assassinatos que ocuparam nosso dia-a-dia em telejornais. E pensamos: "ainda bem que esse ano acabou", como se ao passarmos para o bloco seguinte, das celebridades e suas idiotices, nossa tragédia diária fosse desaparecer... e voltamos finalmente para o nosso mundo colorido, esperando mais um intervalo para a tragédia.

Hoje estou com vergonha. Não tive coragem de olhar para os policiais pelos quais cruzei nas ruas. Não consigo acreditar que alguém em sua sã consciência acredite que a intenção de matar o bandido e não o pequeno tornaria os policiais inocentes. Aí deixam de ser assassinos e passam a ser justiceiros. Justiceiros apoiados pela população carioca.

Deprimente.

Thursday, December 4, 2008

O limite

Qual é o limite? Quem deve determiná-lo?
Você pode estar naquela sua corridinha básica, para suar um pouco. Aí bate aquele tesão e você aperta. Força, força e força. Resultado: um joelho fodido por dias, semanas, quem sabe até meses. O bom senso determina o limite. E um bom puxão de orelha também... mamãe entendia disso como ninguém.
Mas quando adultos, de quem será aquela mão que vai apertar e puxar a sua orelha? É da mala ou é do amigo? Independente disso, o importante é lembrar do tal bom senso e escutar, calar a boca e avaliar. Quem está passando dos limites? Você ou aquela mão intrometida?

Monday, December 1, 2008

Rios, pontes e overdrives

Aí peguei a van.
Era madrugada, tava bolada porque fui assaltada semana passada e não queria dar mais um mole.
Tinha bebido um pouquinho a mais e estava sonolenta... apaguei...
Acordei e vi o céu tão, mas tão estrelado... tão lindo...
Sabe quando você vai pra Mauá, pro interior, pra longe da civilização e vê um céu que você não vê nunca do Rio de Janeiro? Pois é.

Mas quando me liguei, percebi que estava, na verdade, passando pelo Bateau. Comunidade da Praça Seca, em Jacarepaguá. Parecia um céu. Lindo, estrelado...

A nave quando desceu, desceu no morro
Ficou da meia-noite ao meio-dia
Saiu, deixou uma gente
Tão igual e diferente
Falava e todo mundo entendia

Os homens se perguntaram
Por que não desembarcaram
em São Paulo, em Brasilia ou Natal?
Vieram pedir socorro
Pois quem mora lá no morro
Vive perto do espaço sideral

Pois em toda via láctea
Não existe um só planeta
Igual a esse daqui
A galáxia tá em guerra
Paz so existe na terra
A paz começou aqui

Sete Artes e dez mandamentos
Só tem aqui
Cinco sentidos, terra, mar, firmamento
Só tem aqui
Essa coisa de riso e de festa
Só tem aqui
Baticum, ziriguidum, dois mil e um
Só tem aqui

A nave estremeceu, subiu de novo
Deixou um rastro de luz do meio-dia
Entrou de volta nas trevas Foi buscar futuras levas
Pra conhecer o amor e a alegria

A nave quando desceu, desceu no morro
Cheia de ET vestido de Orixá
Vieram pedir socorro
E se deram vez ao morro
Todo o universo vai sambar...

Domingo, 29 de novembro de 2008.

Esse tempo de novembro eu não tô entendendo nada. Normalmente é sol, praieira... agora tá assim. Sol, mas com nuvens, e pesadas.
Não me animo a fazer nada durante o dia. Tô vendo o cinza chegar, sair pra quê?
Aí o que eu faço? Espero a noite chegar. Tem aquele papo dos gatos pardos... hehehe
E chegou... não é quente, não é frio. Salto alto ou baixo? Vestido.
Lá fui eu. Destino: Madureira.
Domingo. Noite. Marido fora. Casa? Noway!!!! Pagode da Tia Doca.
Em todo o caminho um som ecoava na cabeça: O meu lugar é caminho de Ogum e Iansan, lá tem samba até de manhã, uma ginga em cada andar... e fui....
E tava bolada, triste, confusa.
E voltei feliz, contente...cheia de esperança num mundo melhor, com cerveja pra comemorar...
Agora vou dormir, meio zoada com as Brahmas geladas... mas com uma paz e um prazer que precisava.
Madureira resume, tudo é em Madureira... Império e Portela também são de lá...
Terça, sexta, sábado e domingo... Hoje eu durmo feliz. Arranjei o sonho porque queria sonhar e foi em Madureira.