Monday, June 13, 2011

E eu achei que seria fácil...

É, amigos, a situação é bem desagradável.


Eu, que sempre apontei o dedo para os colegas que diziam não conseguir controlar seus alunos fui vencida por 4 turmas da EM Alberto Rangel.

É um processo que teve início em 14 de fevereiro e mostrou sua face completa no dia 15. Sei as datas porque soube a arapuca em que estava entrando logo nos dois primeiros dias de aula na rede.

Não adianta eu falar sem parar sem explicar mais ou menos como sou eu, alessandra, professora: eu não grito. Meu esporro é mais papo do que qq coisa e sempre que se trata de algo mais sério eu termino tremendo da cabeça aos pés. Detesto dar bronca em aluno. Chamo no canto, do lado de fora da sala, e converso, olho no olho. Não gosto de humilhar ou tirar onda com cara de aluno na frente dos outros alunos. Respeito para ser respeitada. E sempre consegui o que quis: o respeito. Isso para mim é mais importante do que o acar tirar 10 em história. É algo que muitas vezes eles não conhecem. E assim eles aprendem a pedir por favor, desculpas, obrigado, a tirar o boné antes de entrar em sala, a guardar o celular com um simples olhar meu. E isso é um trabalho em conjunto.

Na terça, 15 de fevereiro de 2011 eu voltei para casa com os olhos marejando, um nó na garganta, perguntando-me "o que eu fiz de errado?" "Será que em um ano longe de sala (por conta do nascimento de Anthony) eu desaprendi?"


Era um mundo totalmente diferente de tudo o que já havia visto, mas muito parecido com aquelas super reportagens sobre educação, com aqueles exemplos horríveis, de professores derrotados, doentes, carrancudos e alunos que mais parecem recém saídos de uma castigo sentados direto para um parque de diversões: loucura total. Quatro turmas de sexto (1), sétimo(1) e oitavo anos (2). EXtremamente desbocados. Acho que isso foi o que mais me chocou. eles gritam um FODA-SE bem na sua orelha como se vc não estivesse ali. Olham para a sua cara como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Estou esquecendo da violencia. Nada de fala, para q? Mais fácil é agredir o colega. E qdo eu pedia: "vcs podem parar?" muitas vezes eu ouvia "não" e a porradaria continuava. Eu entrava em sala e ninguém me notava. Só a 1601, já que são crianças de 10, 11 anos, e mostraram-se mais fáceis de cativar do que os adolescentes de 13, 14. Eu explicava a matéria para dois, três alunos em quase todas as aulas. Quanto mais alto eu falava, mais alto eles falavam. Ate eu ficar sem voz. Minha garganta dói desde março. Tenho dores de cabeça, dores no corpo. Meu casamento começou a virar um inferno, eu só grito dentro de casa, não consigo falar baixo.


Quantas vezes tentei conversar com eles, quantas vezes perdi a paciência, até que me tornei uma professora burocrática: matéria no quadro, exercícios e depois de 20 minutos, respostas. Silêncio. Total silêncio. Minha estratégia de desespero. Já havia feito isso em Guaratiba e deu super certo. Na CDD o efeito foi contrário: eles pioraram e não fizeram mais nada. Fugiam cada vez mais da sala, gritavam, cantavam, me ignoravam. Lembro de uma bronca em que um aluno me interrompeu e disse: "tá bom, tá bom, professora, a gente já entendeu, agora continua a aula, tá?" Eu fiquei sem palavras e sentei. Ele virou para trás e continuou a conversar. Acho que ali eu acabei um pouco. Era muito pouco caso. DEpois parti para o papo do respeito ao trabalho alheio. Nada feito. Então... Fazer o quê?


Semana passada conversei com uma colega de português, matrícula nova, sobre minha possível saída. O que ela fez? Correu para falar com a diretora. Quando eu me dei conta, ela a diretora, estava indo em todas as turmas conversar com os alunos sobre o comportamento e a possibilidade de eu sair. Depois fui falar com a coordenadora. Chorei e recebi muito apoio, todos sabem a dificuldade de estar ali a alguns sabiam da minha dificuldade. Não fui trabalhar o resto da semana pq Anthony ficou doente. Tive a certeza de que o certo para mim era sair. Passar as manhãs com meu bebê na praça jogando bola e tomando sol.


Hoje, segunda, fui para encerrar meu ciclo: marcar a última avaliação para quinta, não ir na terça e deixar a papelada toda pronta para o fim do bimestre semana que vem. Último dia de sala, quinta, 16. Conversei com as turmas, ouvi muitas piadinhas e alguns pedidos para ficar. No geral, acho que não vai fazer muita diferença para eles eu ficar ou sair. Eles não se importam. E não digo isso triste. É a realidade e estou bem acostumada com ela. Nessa idade, na rede pública, poucos se importam. Alguns poucos que se importem estão perdidos e já sabem das consequências. Eu quase morri de vergonha com o aluno Jonathan colocando argumentos de primeira: falta de professores, a CRE não indica a escola para os professores novos, ficaremos prejudicados. Não tinha palavras para dizer a ele: eu não aguento mais. DEpois de alguns minutos ele mesmo admitiu que eu devia cuidar mais de mim, porque a maioria ali não queria nada mesmo.



Mas algo incrível aconteceu no recreio. Um grupo de professores ao saber de minha decisão fez uma pressão incrível para eu ficar, por todas as razões possíveis: boa profissional, dificuldade de lotação da escola, não me deixar vencer por alunos, não fazer o que eles querem - sair, gostamos de você. Mais uma vez chorei e recebi abraços sinceros, tenho certeza. Os dois tempos seguintes, coordenadora e mais 2 professores visitando minhas turmas para explicar tudo o que implicaria a minha saída - falta de professor, escola mal falada, dificuldade de lotação, péssimo comportamento, meu estresse, minha fadiga.




Ao mesmo tempo em que me senti feliz, a frustração veio maior ainda: eu não posso ficar lá. Frustraria o esforço dos meu colegas, mas não posso continuar lá. Minha cabeça ainda dói. Eles não vão melhorar, não de uma hora para a outra e eu estou doente. Minha imunidade está baixa. Tenho vários probleminhas de saúde pipocando pelo meu corpo. Minha garganta está inflamada há 2 meses, não consigo falar alto em sala, perco a voz. Isso depois de 4 meses em uma escola. Nunca fiquei assim em nenhuma das escolas nas quais dei aula, todas municipais. E passei por bons momentos de desânimo em Guaratiba, momentos críticos quando demos aula em uma escolinha de madeira, em 3 turnos, sem secretaria, sem sala dos professores, sem nada. Nunca fiquei como estou agora.



Por isso preciso sair. Parte do problema é a direção que não valoriza o professor, só chega junto quando a situação é crítica, não sobe as escadarias da escola; a direção que fala para um aluno de 12 anos que ele não presta; que fala para uma menina de 13 que ela não serve para nada. Outra parte é um grupo de professores em que se escuta que existem "negros de alma branca" ou que "até sairia com umas negrinhas, sem problema algum". Isso numa escola com 80% de alunado pretos. Tem também aquele professor que te aconselha a dar umas coisinhas para eles pintarem, porque eles gostam de pintar. Notando que eu sou professora de História. Recuso-me a tratar meus alunos como crianças de ensino infantil. Pedir para eles pintarem a Bastilha? MAchu Picchu? Napoleão?

Onde está o problema? Em mim? Nos alunos? Nos pais? Nos mais cansados que eu? Nos que chegam? Nos que não se importam? Na SME? Na PCRJ? Onde?

Monday, February 28, 2011

O início da saga...


Há uns 4 anos só dava aula em Guaratiba, com o mesmo grupo de professores. Enfrentamos inúmeras dificuldades, que iam desde a indisciplina dos alunos até questões de estrutura mesmo, incluindo roubos na escola. Foram momentos muito ruins, mas que nos uniram. Quando o Cesar Maia instituiu o dia único (toda quarta-feira todos os professores deveriam estar na escola em reuniões de planejamento), junto ao miserável sistema de ciclos, o resultado para nós, então professores da EM Padre Carlos foi a união como grupo de trabalho e, como não poderia deixar de ser, amigos.

O ano anterior tinha sido muito difícil para mim. Tesão nenhum para ir trabalhar. A escola não nos oferecia estrutura alguma e eu fazia dupla (extra pelo município) em Campo Grande. Sentia-me isolada. Mas passou.

Imaginei que já tivesse visto de tudo e tinha, ou melhor, tenho a certeza de que uma andorinha só não faz verão. Conseguimos passar por todos os nossos problemas como equipe, mesmo que alguns apontassem dedos maldosos nos chamando de "amiguinhos" da direção. Hoje a EM Tatiana Chagas Memória ainda enfrenta dificuldades, como qualquer escola da rede, mas posso dizer que minha casa está em ordem. Aquela escola também é minha e tenho muito prazer em ser lotada lá.

Mas é longe. Estou levando quase hora e meia para chegar lá. Não tenho carro e são duas conduções.O menos pior é que o trânsito é contrário. Cruzo a Grota Funda sentido Guaratiba quando todos estão vindo para a Barra. Mas vou amarradona.

Desde a gravidez algumas colegas de lá que pediram para mudar de CRE diziam que por ter um bebê em casa, eu deveria vir para a 7.a CRE, mais perto de casa e mais seguro, caso algo acontecesse com Anthony.

Como não sou boba nem nada (coitada...), resolvi voltar da LM com a dupla perto de casa. Depois de correr muito atrás, escolhi uma escola na Cidade de Deus, a mais ou menos 20 minutos de casa. Belezinha, né?
Eu também achei...

Dificuldades técnicas


Não é só a dificuldade de sentar e escrever. A cabeça ferve, ferve, a mil por hora, são mil idéias, mil coisas acontecendo o tempo todo. O que escrever? Como escrever?
Não tenho tido sucesso em selecionar e postar, sento e tudo some da cabeça.
Já escrevi aqui que estou com sérias dificuldades em me concentrar. Tá difícil.

Deveriam ser dois blogs, na verdade: um para minhas experiências com a criança e outro para o resto. Mas não tô muito a fim disso, não. Se não dou conta de um, imagina dois...

A função mãe tá rolando bem. Teria muito a escrever sobre trabalho e frustrações nesse ponto, mas vamos devagar porque é muita coisa.

Tuesday, December 14, 2010

Mais uma...

Cada vez mais difícil parar para escrever algo. E tem muita acontecendo que eu adoraria colocar aqui, mas minha concentração está indo para as cucuias.
Em primeiro lugar, em relação ao post anterior de dois meses atrás, tudo passou. Isso é algo que eu posso falar mesmo: com criança é ter paciência. Se hoje tá ruim, acalme-se. Amanhã pode ser muito pior ou simplesmente maravilhoso.
Meu desespero era a creche. Ele iniciaria em janeiro e em outubro não comia nada. Até que resolvemos dar comida. Nossa comida. E ele comeu. Tenho lido e ouvido que isso pode ser muito ruim para o intestino do bebê, mas o dele não reagiu de forma negativa. A evacuação continuou normal e até melhorou.
Semana passada ele entrou na onda da casa e teve febre, tosse e etcs. Após um sofrido primeiro dia (dia é bondade minha, uma sofrida meia-hora) de creche, tudo suspenso até ele melhorar. Ontem ele retornou e chorou por meia-hora sem parar. Eu nem fiquei lá, fui dar uma volta, porque coração de mãe é coração de mãe. Tá longe, mas ouve e chora junto.
Hoje, com o horário extendido para uma hora de permanência, as coisas melhoraram bastante. Chorou, né... Mas comeu e brincou. Isso me deixou bem mais tranquila. Amanhã eu já não vou esperar, vou voltar pra casa e assim meu moleque vai crescendo. Estranha sensação, aflige, mas ao mesmo tempo é bem legal.

Eu aqui estou voltando beeem devagar aos meus gostos. Semana passada consegui ir ao Circo Voador assistir ao show do Stone Temple Pilot, banda que adorava nos meus vinte e poucos anos, doida pra ver o Weiland ao vivo. Passei a noite me perguntando porque não escuto mais rock n' roll. Bateu saudade de um tempo que não volta mais. Foi maravilhoso.

Saturday, October 2, 2010

Mais uma de mamãe

Ai, depois de meses sem nenhuma surpresinha, finalmente os seis meses chegaram e com eles as papinhas. Tontinha como eu sou, fantasiei que poderia ter mais tempo meu, só meu. Não que eu não adore, ame estar full time com meu bebê. Mas é foda não ter folga. É ótimo, mas é foda. Tudo tomou um ar de 24h quando a criança passou a rejeitar a mamadeira. Isso significa que não passo mais de duas horas fora de casa.
Com a rejeição, tudo tornou-se mais difícil. As papinhas, os suquinhos, tudo o que seria mais facilmente (ou com menos dificuldade) introduzido através da mamadeira, torna-se uma revolução: papinha através da colher. E... surprise! Choro e boca fechadinha para todas as novidades. Dia um: nada feito. Saímos da papinha de frutas e resolvemos tentar uma fruta de cada vez. Resultado ruim para o mamão amassadinho, para a maçã raspadinha...
E o suquinho na mamadeira teve como consequencia o desespero da mamãe aqui. Quer saber de uma coisa: esperei o moleque dormir e chorei horrores. Depois bebei um copo d'água e fui para a internet pesquisar sobre.
Descobri que se eu fosse uma daquelas mães cujos depoimentos eu li, teria me matado(rs) e voltei ao início: nada de papas, tudo na base do suquinho e em pequenas quantidades. Na colher mesmo e vamos tentar a de plástico, já que a de ferro não tem dado muito certo.
Acordei bem calminha e iniciei a nova experiência que, por acaso está ainda dando certo: uma fruta a cada três dias, duas vezes por dia, em suco.
Amanhã vou tentar outra coisa: comprar uns bicos diferentes e pedir para os machos oferecerem leite na mamadeira. Dizem que rola. Se não... dá-lhe colherzinha.

Direitos ou deveres

Amanhã tem eleição para presidente, dois senadores, governador e deputados estadual e federal. Eu só pretendo votar no estadual, Marcelo Freixo (PSOL - 50123), mas não sei se faz muito sentido, acho que estou sendo bastante incoerente anular apenas parte sos meus votos. Se o nulo é minha opção e concordo com todas as possíveis consequências dela, estou confusa em relação ao eu voto para deputado estadual. Poderia votar no PSOL para senador (um) e para deputados. Os outros seriam anulados, mas isso não faz sentido. Ou anularei tudo ou voto na legenda em tudo. É isso que vem ocupando minha cabeça nessas últimas horas antes das eleições. Espero não ter que decidir quando entrar na cabine.

Friday, September 17, 2010

Calmaria... (??)

Hahahahaha!!!
No último post eu devia estar surtadinha, hein?
Mas eram os últimos dias para a entrega do primeiro projeto, que ficou uma bosta. Só hoje eu percebo isso. Vai dar vergonha defender aquilo na banca... mas vamos ver se eles aceitam o fato de eu ter continuado a melhorar o projeto. Trabalho sem fim.

As coisas mudaram um pouco. Meus horários foram pro espaço. Só tenho acordado por volta das nove para levá-lo para tomar sol e estudo quando rola. Mas o pouco tempo tem sido bem produtivo.

Anthony em sete dias completará 6 meses e, acredito eu, ficará menos dependente. Iniciaremos as papinhas, os suquinhos, em paralelo com as mamadas. Estou ansiosa para ver essa nova etapa na vida dele. Tudo tem mudado muito e muito rápido. Ele já engatinha pelos ambientes, é curioso demais, adora mexer com o cachorro e não para um só instante. Mama menos, reclama para dormir e cochila duas vezes durante o dia. Hoje, acreditem se quiserem, ele se apoiou no sofá e ficou de pé!!!! Morri do coração, imaginando o tombo de cabeça, enquanto o pai pulava de alegria.rsrs Ele até tentou repetir a façanha, mas acho que vai demorar uns dias para isso.

Enquanto isso, pouco tenho saído de casa. Só para resolver questões muito importantes e levando o rapaz. Ele não aceita mais mamadeira, então não posso deixá-lo com ninguém. Nesse último mês foi a uma reunião do Laboratório no Ifcs e comportou-se muito bem. Ontem iríamos ver Nosso Lar no Cinematerna, mas Daddy resolveu ficar em casa. Então aproveitamos para passar um belo dia em família.

Não sinto saudades do trabalho. Sinto falta dos colegas e de dar aula. Mas será que vou voltar diferente? Penso muito nisso.

Mas minhas expectativas agora são: dia 24 de setembro o moleque completa 6 meses. Isso significa nova alimentação.
E tenho minhas seleções para o doutorado. Já balancei e acho que tenho poucas chances de passar. Mas vamos ver o que rola.


Não é um fofolito?!?!?!

Friday, July 2, 2010

Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei...

Essa música do Pato Fu não tem nada a ver com o que virá a seguir, mas esses versos aí neste momento para mim significam que o tempo tá faltando. Falta um tanto de tempo.
Véspera de feriado de jogo do Brasil, quartas-de-final e eu quero mais é que se f*da.. Tá, nem tanto. Acontece que tô piradinha com tanto pra fazer, pensar, organizar, escrever. Ficar duas horas parada vendo jogo de futebol nem é para relaxar, fico com a cabeça no projeto do doutorado.
A vida é uma zona total... acordo com a criança e fico acordada se já tiver amanhecido. Ele volta a dormir e eu vou estudar até umas dez da manhã. Essa é a única rotina que consigo me impor. O resto do dia é uma incógnita.
Mas nesse grande ponto de interrogação tenho que encaixar pelo menos uma hora de francês e umas leituras por fora que estou me obrigando a fazer, já que estou me considerando muito crua em algumas "coisas".
Tenho que correr atrás de publicações que só tenho as indicações, de comprovantes que deixei de pegar, tenho que atualizar o Lattes, o Sigma. Tenho que sair para procurar indicações bibliográficas a essa altura do campeonato.
Tenho que brincar com meu filho, tenho que cuidar da casa, tenho que cuidar de mim. O que fica em segundo plano? A casa e eu. Nessa ordem.
É, Alessandra. Seja bem vinda ao mundo das mulheres que além de já estarem mais do que atarefadas, ainda resolvem ter filhos para perder totalmente o controle sobre seu tempo e disponibilidade. Isso porque ainda não voltei a trabalhar. E porque no momento de f*da-se venho aqui, ou no twitter, ou no facebook, ou no msn.
Enquanto isso, a mesa continua assim...

Thursday, June 17, 2010

A volta?

Agora você que está aí lendo imagine um bebê com quatro meses de vida. As cólicas estão (teoricamente) passando, ele já interage, ri, brinca, é um fofo. Nem tem mais cara de joelho.
Depois de passar esse período de vida da criança vivendo em função dela, acordando de madrugada, alimentando, olhando, fazendo tudo por ela, você acorda um dia cedo, vai trabalhar e só retorna nove, dez horas depois, com o seio doendo horrores, morrendo de saudades e frustrada ao ouvir o relato de que a criança chorou muito, "parece até que sentia sua falta" ou então sentindo-se mal amada ao saber que ela nem reparou que você não estava por perto.
É, acabou a licença maternidade.
Nos melhores casos, imagine a criança com seis meses.
Para as servidoras do município do Rio de Janeiro esse período pode estender-se até a criança completar um ano, ou até mais, se a mãe tiver licenças especiais para tirar. Independente do período, da idade da criança, é um dos piores momentos de uma mãe.
Não eu ainda não passei por isso. Meu bebê completa três meses no próximo dia 24 e eu ainda vivo para ele. Saio às vezes, deixo-o com meus pais, com o pai dele, mas por pouco tempo. E ainda assim volto para casa desesperada. E louca de saudades.
O retorno ao trabalho pode ser obrigatório, nas empresas particulares aos quatro ou seis meses. Para nós, servidoras da PCRJ, pode acontecer a partir do quarto mês de vida da criança. Mas ninguém quer voltar. Porém, às vezes é necessário.

Eu, provavelmente, retornarei ao trabalho no final de julho. Choro dia sim, dia não, desde que tomei essa decisão, motivada por razões financeiras. Se eu quero? Não, claro que não, óbvio que não.
Já resolvi meu horário na minha escola, ok. Agora estou correndo atrás do que mais interessa: a hora extra. Ainda não consegui. Dela depende meu retorno. Mas não sei se fico feliz quando encontro escolas que precisam de professores de história. Coração apeeeeerrrtaaa...

Monday, June 7, 2010

Om


Ioga, yoga, iôga...
Essa prática entrou na minha vida quando eu estava grávida de 3 meses. Aqui no final do mundo, Jacarepaguá, a despeito do tamanho do bairro, as possibilidades são poucas. Achei que por morar próximo a Vargem Grande e Pequena, a busca seria mais fácil. Péin! Errada.
Eu pensava: se eu quero fazer algo para relaxar, meditar, não posso pensar em atravessar trânsito algum, ainda mais dentro do bairro ou na Barra da Tijuca. Seria jogar dinheiro fora.
Então conheci o Ananda Surya Centro de Yoga.
Comecei bem, indo a todas as aulas. Com o final da gravidez se aproximando, as faltas aumentaram e com 8 meses já não ia mais. Retornei um mês e meio após o nascimento de Anthony, em uma prática mais vigorosa.
Não é a meditação, não é o relaxamento, não é a prática.
É tudo.
Estressada que eu sou, passei bem por todo o processo de gravidez na boa.
Ansiosa que eu sou, aprendi a inspirar pelo nariz e a soltar pela boca toda vez que algo fazia meu coração apertar.
Aprendi a passar essa calma, tão estranha para mim, ao meu baby quando está nervoso.

Pessoas, façam yoga.

Friday, May 28, 2010

Vida nova

Dois meses depois, muita coisa mudou.
O horário é dele, sempre. Eu tento me adaptar e na maior parte das vezes, consigo. Só tento me impor na hora de colocá-lo para dormir à noite e tenho me saído muito bem, já são 2 semanas indo para o berço entre onze e meia-noite e acordando entre cinco e seis da matina.
Já voltei pra yoga e tenho ido sempre que possível, dividindo a ajuda entre Sunday e minha mãe. Só deixei de ir uma vez.
Minha vida acadêmica também está indo. Artigos, leituras, reuniões, tudo com seu tempo, pouco é claro, mas não posso dizer que estou parada. Só não consegui ainda voltar a estudar francês. Mas é uma questão de tempo.
Meu jongo rola quando tem babá. Sunday ou meu pai, invariavelmente. Hoje, por exemplo, não rolou. Vamos fazer viagens, conhecer quilombos, dançar por aí. Quero ele junto, assim que der para ele começar a ir, sempre que possível.
Anthony tem dias e dias. Dias em que dorme muito, dias em que dorme pouco. Manhãs sempre bem humoradas, noites sempre enjoadas. As variantes são as tardes.

A média final vocês devem saber, me conhecendo ou não. É positiva.
Não tenho mais dores, sono, me acostumei com o cansaço, consegui tirar um tempinho para mim que me relaxa e me ajuda a lidar com os momentos complicados, como os das cólicas.
E já não me acho uma péssima mãe. Acho que sou ótima. Minha auto-estima alcançou a maternidade.
Está tudo perfeito. É um momento maravilhoso. Tudo é perfeito.
Não rola esse papo de padecer no paraíso. Cada dificuldade é um aprendizado.
Ser mãe é tudo de bom!

Thursday, May 27, 2010

Descobertas


Uma coisa é verdade no romantismo acerca da maternidade. Todo o cansaço, dor passam quando ele faz aquele barulhinho no berço e você o pega. Ele pequenino, com aquele cheiro característico de neném. Aquela massinha quente, cheirosa e que confia em você incondicionalmente. E a quem você ama acima de si mesmo.

Nova função

O romantismo da maternidade... o terror da maternidade.
Eu não sei de quê eu tinha mais pavor. De não conseguir fazer as coisas direito, de não conseguir dormir, ou de simplesmente dormir como uma mãe desnaturada, não identificar os sinais que o bebê dá...
As primeiras semanas foram um misto de pouca preocupação, medo de estar se preocupando pouco e assim, estar me revelando uma mãe irresponsável, de muito cansaço, porque era uma nova rotina, eu virei mãe e dona de casa, e de muita preocupação: quanto tempo levaria até eu conseguir retomar minha rotina, pelo menos para continuar a estudar?

Gravidez não é legal, não tem nada de mágico. Você fica gorda, com dores, não pode beber, sua rotina muda pq seu corpo pesa, suas pernas/costas doem, quanto maior a barriga, menos horas de sono você tem. Quando o bebê nasce, você fica inchada, com as dores na cicatriz (cesárea), na hora de evacuar, não pode beber, sua rotina muda de novo, seus mamilos passam por terríveis sessões de tortura e várias vezes por dia, suas costas doem, seu sono depende da fome de uma criatura com meio metro de comprimento e uns três quilos.Você perde totalmente o controle da sua vida.

Mas eu vou contar uma coisa pra vocês. Com dez dias Anthony deu uma choradeira de pouco mais de uma hora. Chorava, chorava e chorava. Eu estava sozinha em casa. Sunday no trabalho, minha mãe com os compromissos espirituais dela, meu pai trabalhando. E ele chorava e chorava. Traduzir o que eu sentia? Desespero, frustração, pavor, inutilidade. Não conseguia ficar calma e comecei a chorar com ele, sentindo que pedia desculpas pela minha incompetência materna. Eu não era uma boa mãe.

Então minha mãe chegou. "Chorar não adianta nada.Fique calma e me dê ele aqui". Ele parou de chorar, eu me acalmei e ela me disse para amamentá-lo. Tudo voltou ao silêncio. Fomos dormir e esperar mais um dia começar.


O primeiro, de novo

Olá pessoas que pintam por aqui para ler o que eu tenho para escrever. Ou melhor, o que eu escrevo por prazer. Estou há mais de dois meses sem postar nada, mas sempre pensando em algo para postar. e o tempo passando. Uma semana depois do parto, aniversário de um mês, dia das mães, aniversário de dois meses. E nada. Hoje, vou aproveitar e falar de coisas diferentes em diferentes posts.

Devo continuar o pesnsamento do último post. O fato de Anthony não ter nascido de parto normal simplesmente deixou de ser um problema assim que a anestesia foi feita. Nenhuma picada, nenhuma dor, nada. A sensação estranha quando um médico veio por trás de minha cabeça e empurrou minha barriga fez com que qualquer tipo de preocupação desaparecesse.
Minha recuperação foi ótima. Nunca imaginei que tudo fosse acontecer de maneira tão tranquila.
Já credito que no meu caso possa realmente ter sido necessário. Sem dilatação, sem contrações, barriga bem alta e 41 semanas de gestação. Fazer o quê...

A decepção dá lugar a um outro sentimento, a outra coisa que não dá pra explicar. Seria impossível tentar fazer isso. Na sala de parto não conseguia chorar, não tinha medo, não estava ansiosa, não conseguia sentir nada, era um buraco enorme.

Parece que ele foi aberto para ser logo preenchido e transbordar e transbordar.


Saturday, March 20, 2010

Brasil, um país de mistérios...

A frustração vai passar e tenho ainda mais vontade de entender porque no Brasil as coisas funcionam de forma tão diferente. Sei que em outros países o tratamento dado à gestante e à gestação é totalmente diferente. Cada país parece ter diferente forma de encarar gestações que ultrapassam 40 semanas. Em alguns espera-se até a quadragésima quarta! E defendem que os riscos do bebê não ultrapassam 5 %. Aqui é tão diferente... parece que tudo tem a ver com os meios, com a tecnologia acessível aos médicos e às gestantes.
Não sei se caso eu morasse na Alemanha ou até mesmo em Portugal as coisas teriam sido encaradas da mesma forma que aqui. Conversei com dois médicos, enfermeiras. Todos disseram a mesma coisa: a partir da quadragésima semana, sem contrações, sem sinais, se o bebê não encaixar faça a cesariana porque a partir daí torna-se arriscado para o bebê. Mulheres com mais de 30 anos e na primeira gestação correm mais risco, não tem dilatação suficiente. Parece que tudo é ensinado na faculdade. Acho tudo baboseira porque procurei me informar a respeito e tudo é muito bem refutado por profissionais que consideram o índice de 80% de partos por cesariana no Brasil um absurdo, praticamente um caso de polícia. O que faz com que um número muito maior de mulheres no Brasil do que em outros países tenham seus partos normais considerados arriscados? Nosso corpo é mais frágil? Somos uma mistura louca de africanos e indígenas... O que faz com que nosso corpo torne inviável um parto normal?
No final das contas, todas acabamos caindo no papo do médico. É um momento delicado, quando estamos à espera de nossos filhos e queremos unicamente a sua saúde. O primeiro argumento é: é arriscado para o bebê. Nossas bandeiras são abaixadas no momento em que a frase é dita.
No último mês tentei me informar, agarrei-me ao que acredito, briguei com meu médico e esperei algum sinal do corpo. Ele deu poucos. A ciência e suas máquinas fantásticas disseram que ele não deu sinal algum. Após conversar com outra médica, tive a impressão de que, mesmo para os profissionais que defendem o parto normal, o parto cesariana é colocado como primeira opção. Parto normal fica parecendo exceção. Ela me disse: “quando eu pergunto à paciente que parto ela prefere, eu sempre complemento: se você prefere o parto normal, ótimo, mas o único que eu posso te dar certeza é a cesariana. O normal só vai acontecer se o seu corpo e o bebê derem condições.” Não deveria ser o contrário? Aqui não damos a luz no quarto em que estamos internadas, somos sempre levadas a centros cirúrgicos, para ‘qualquer eventualidade’. Médicos aqui consideram risco no parto normal, consideram que é muito sofrido tanto para mãe quanto para o filho, não entendem quando alguém diz não considerar a possibilidade de fazer uma cesárea.
Agora estou entrando na estatística, no número mais alto, mas ainda não estou convencida de que a obstetrícia aqui no Brasil seja voltada realmente para o bem-estar da gestante e do bebê e sim, para a comercialização dos partos. O que temos de diferente? Acho que sei (nada), mas deve ser bem complicado provar isso.
Não acho que deva ser assim, nunca vou dizer “é assim mesmo”. Não quero acreditar que meu corpo não responda a algo tão natural quanto um parto, uma gestação. Não posso acreditar que várias mulheres que eu conheço têm “problemas” parecidos com o que querem que eu acredite ter, ainda mais quando ouço pessoas falarem que nos países em que vivem ou de onde vieram é raríssima a realização de cesarianas. Não dá, cara, não dá pra entender. Mas eu vou tentar. E se eu descobrir, conto aqui.

Controle

Tive diferentes maneiras de lidar com a possibilidade de ter filhos. Achei durante muito tempo que filhos, assim como um casamento, poderiam de alguma forma, atrasar planos que tinha para minha vida. Fossem esses planos profissionais ou não. Minha liberdade vinha sempre em primeiro lugar. Durante toda minha adolescência meus pais me trataram como se eu tivesse 5 anos, sem liberdade de escolha em praticamente nada. Quando me vi ‘livre’ dessa proteção, passei a fazer o que queria, quando queria. Tinha domínio total sobre minhas ações e tudo o que dizia respeito a mim. Eu estava no comando.
Meu namoro mais duradouro revelou-se uma prisão de 4 anos. Não tinha vontade própria, meus amigos eram os dele. Só percebi onde estava quando tudo terminou. Aprendi um pouco, mas não o suficiente. Relações que duravam mais um pouco se transformaram em relações de dependência onde não havia vida em separado, era aquele papo furado de “uma única energia”, “somos um”... Uma grande babaquice, na verdade. Levei algum tempo para me livrar desse tipo de relação, foi um processo bem sofrido, na verdade... Quase uma desintoxicação, com direito a crises de abstinência gravíssimas... Mas consegui voltar ao comando de minha vida dentro de uma relação.
Aí já viu... Passei a ter certeza de que tudo estaria sob meu comando. Afinal, uma mulher de 35 anos, casada, feliz, independente (e vou parar por aí) pode ter total controle de todos os aspectos de sua vida que envolvam ela própria.
Então você (eu) engravida e tem um objetivo no que envolve o nascimento do primeiro filho: parto normal. Afinal, o corpo é meu, o filho é meu. Eu decido. Mas meses depois, meu principal parceiro, meu corpo, me aplica um golpe: ele não se prepara para o parto. Eu duvidei, briguei com o médico, chorei e esperneei com a possibilidade de perder o momento mais esperado e sonhado nos últimos meses: o parto normal. Pode parecer loucura, mas imaginava cada contração, cada dor...
Até que um exame de nome complicado o bastante para eu me lembrar e uma conversa com uma obstetra indicada por uma amiga colocam meu pé no chão e enterram todas as possibilidades de um parto normal. Apesar do desespero dos dias anteriores, de todo o choro e frustração, recebi a notícia com o alívio de saber que meu filho está 100% dentro do meu barrigão. O problema não é ele, sou eu e meu “útero preguiçoso”, como disse a médica.
Meu corpo me traiu, essa é a verdade. 35 anos e uma gestação levada até o fim parece terem sido um pouco demais para ele. Não tenho controle, não estou no comando. Mas, acredito que seja uma primeira porrada na grande mudança pela qual a minha vida passará com o nascimento de Anthony. Agora não serei mais eu, agora seremos eu e ele, durante muitos anos, até ele se tornar dono do seu próprio nariz e assumir o controle. E a história será contada, mas desta vez por ele.
Estou feliz, muito feliz. Não caibo em mim mesma. Choro. Mas novamente de felicidade.

Tuesday, March 2, 2010

Relatório da barriguda

Caramba, quase 3 meses sem escrever. Mas é isso aí, tanta coisa acontecendo que nem dá vontade de parar aqui. O lance é que agora eu parei. Barrigón está enorme, tô quase vivendo em função dele. Já virei mãe, né?
Consegui com a prefeitura o amparo pré-natal, que me permite trabalhar em uma escola próxima à minha casa. Como resultado dessa maravilha, estou trabalhando a 200 m de casa, três manhãs por semana. O que eu faço? Bom, por conta de ser uma escola que vai de Ensino Infantil até o quinto ano, ajudo o povo que trabalha na direção atendendo telefonemas e fazendo pequenos trabalhos chatos e burocráticos. Ajudo, sabe, mas ao mesmo tempo, sinto-me fazendo nada. Mas já senti o gostinho de trabalhar perto de casa. Estou repensando meu gosto por trabalhar em Guaratiba. F*deu, né?

Mas, por outro lado, por conta das 37 semanas, estou evitando sair de casa. Já me desliguei temporariamente do laboratório, não vou mais às aulas de ioga, quietei o faixo. Jongo, nem pensar, sambinha, idem. Não é só frescura. De dois dias para cá tenho sentido pequenas cólicas e dores. Anthony mexe demais durante a madrugada e só consigo dormir no melhor horário do mundo: depois do almoço. Delícia, né?

O parto virou um drama. Mas isso eu escrevo daqui a pouco, para aproveitar os dedinhos inchados e animados.

Monday, January 4, 2010

Agora já é segunda-feira, 04/01/2010.


Meia-noite e vinte e três. Assim, por extenso.
Amanhã volto pra ioga, se eu conseguir. Voltar à produção acadêmica eu voltei hoje mesmo, nem posso acreditar nesse milagre de 2010! Logo hoje, primeiro domingo do ano... que coisa...
Lembrei que preciso fazer um planejamento mensal pro laboratório, mas não sei se devo... devo, claro que devo... até fevereiro quero ter total controle da minha vida, depois a gente vê como fica. Até bater os 8 meses e tal acho que dá pra levar na boa. Dá, sim.
Eu troquei o dia pela noite, isso é fato. Quero resolver isso logo, porque janeiro é mês de Biblioteca Nacional pelo menos duas vezes por semana. Não rola de acordar às 3 da tarde todo dia. Pois é... três da tarde. Isso porque consegui dormir às 6 ou 7 da manhã de hoje. Tá feia a coisa. Mas depois melhora. Tem que melhorar.

Eu tô aqui, morrendo de calor, pra dizer outras coisas. Primeiro que estou escrevendo com muito medo de não conseguir montar um bom projeto. anda não encontrei meu pulo do gato.
Depois, começo a ficar ansiosa com a hora do parto. Sei que vai dar tudo certo, que Oxum vai me ajudar nesse parto normal, que Nanan estará ao meu lado. Mas... bateu. Caiu a ficha. A barriga já está pesando.
Nada que tenha me impedido de dançar muuuuito jongo na última roda do ano, na quarta passada. Nada doeu. Nem pé, nem perna, nem nada. Desde então nada mais incha nesse corpo que digita. Tava precisando de uma rua mesmo. rsrs

E pro 2010 que começa, flores, muitas flores, muitas flores!!!!

Thursday, December 24, 2009

Então é Natal....



Oportunidade meio piegas para postar, mas estou aqui em casa vendo seriados e mais seriados que se passam na noite de Natal...
Um tédio sem fim. Não gosto de Natal e não pretendo entrar na questão religiosa, esse papo de Jesus Cristo e tal.
But... qual o objetivo dessa festividade toda? Não consigo entender, a não ser que acreditasse em Papai Noel.
Esse lance de gravidez está me fazendo pensar em como vou passar os Natais que virão. Ano que vem uma árvore, ano seguinte... o quê? Explicar o Natal cristianizando meu filho? Ou transformando-o num consumidor famigerado, o que me fará uma louca compradora de brinquedos em shopping-centers ou de produtos "alternativos" e produzidos de forma politicamente correta? Cristianismo e consumo, que ótimos conceitos para iniciar a educação de uma criança!
Ai, estou doida, já.

Esta época do ano, para mim, tem sido de momentos péssimos, nos quais torno-me introspectiva, depressiva e extremamente chata. Nos últimos 2 ou 3 anos isso se tornou pior. Este ano, porém, estou melhor, meu humor está bom, sabem... o problema tem sido, pra variar, meus hormônios que estão me transformando em um monstro horrendo. Não sei como Sunday consegue me aguentar, ainda mais em casa sem fazer nada... mas esse não é o assunto.

Então tenho essa questão em mente: o que fazer nos Natais vindouros, como iniciar a educação religiosa dessa criança, o que não significa iniciá-la em alguma religião.

Mas, encerrando, a data é festiva mesmo, meus vizinhos da frente ouvem funk, os do lado ouvem pagode... mas que noite feliz!

Thursday, December 17, 2009

Manteiga derretida

Caramba, o tempo voa mesmo: 27 semanas. Dá até um medinho...rs
Comecei a ter sérios problemas para me posicionar durante a noite, acordo várias vezes durante a noite e, como a Tati quando estava grávida de sua menininha linda, esta semana foi muito sonolenta no trabalho.
Desde ontem sinto-me barriguda demais. E minha barriga está legal, tá pequena... mas acho que a coisa tá acontecendo. Até agora, tem rolado alguns momentos em que eu até esqueço da gravidez! As roupas meio apertadas e uns socos internos me relembram rapidinho o que está acontecendo dentro de mim.
Neste momento, por exemplo... sinto como se minha pele estivesse quase arrebentando... puxa tudo! Haja óleo! Aperto as laterais e, caramba, muito louco isso!
Hoje, na escola, ao fazer carinho em minha barriga, uma colega disse: "Caramba, super duro! Barriga sarada!" Rimos muito, afinal de contas, eu nunca havia conseguido uma barriga durinha em minha vida...rs Santo Anthony!

Se já bateu o terror? Não, não. Não quero pensar na loucura de ter um filho. No medo de um amor enlouquecedor que só aumenta. Nesse sentimento inexplicável que sinto quando penso no que vou sentir quando olhar o rostinho dele pela primeira vez. É apaixonadamente sufocante. Olho para babyboys, meninos, rapazes e fico imaginando meu baby com aquela idade. Ai, a loucura de mãe tá batendo. Esqueci até que iria escrever sobre meus choros. O liquidificador, a Farrah, a preocupação, entre outros.
Fica para o próximo post, quando eu tiver outra crise de choro que, pelo andar da carruagem, deve acontecer logo. Esta semana já foram 2!!!!!