“Era apenas um som anônimo, perdido na tarde.“

Acontece que muitas vezes o vazio ocupa todo o espaço.
E o mundo gira, o flamengo goleia, a polícia vai mais uma vez na escola,você se entrega as suas fraquezas, lê nos jornais mais e mais escândalos, tem vontade de escrever e... nada.
Melhor esperar e ver o que acontece.

E nada acontece, pelo menos no seu mundinho, que parece ter murchado, diminuído, estar mais estranho. Embora nada haja de errado.
as velas estão acesas. Sim, olhe para trás e verás, as duas, bem acesas e há semanas. Os figos foram oferecidos, com uma beleza muito particular, a vela no meio, acendendo aquele vermelho apetitoso que tem a carne do figo... talvez um banho, pode ser...

Tem a novela: Ciranda de Pedra. Fez-me recordar que anos atrás ganhei vários livros de um amigo de minha mãe. Entre eles um de Lygia Fagundes Telles. Lembro que achei que fosse a autora de um livro que havia lido com 8 anos “Os colegas“, um livrinho maravilhoso. Mas aquele era de Lygia Bojunga Teles.

E o trouxe para casa. E o esqueci na estante.
Dias atrás peguei o livro. Fascinante. Terminei-o há poucos minutes e sentei-me aqui apressadamente para escrever qualquer coisa. Dele, da novela, da vida.
Mais dele e da vida, já que a novela eu não acompanho.

E lembrei-me de uma amiga quando li “Ainda mais importante do que nascer era ressucitar“ e pensei... e quando parecemos mortos aos olhos de muitos mesmo estando vivos? O que fazer para ressucitar frente aos olhos daqueles que nos tem como mortos?