Thursday, February 7, 2008

Ainda Império, mesmo porque “imperiano de fé não cansa“

Colada do globo on Line, Anselmo.com

Enviado por Aydano André Motta - 7.2.2008 | 18h29m

Carnaval
Imperiano de fé não cansa


Leia o depoimento do imperiano coleguinha Marcelo Moutinho, sobre a vitória da verde-e-branco no Acesso A. Vale a pena curtir tanta emoção:

"Quarta, na quadra do Império Serrano, na Avenida Edgard Romero, no coração de Madureira, pelo menos 5 mil pessoas festejavam a conquista do título do Acesso, que nos conduziu a nosso lugar de direito: o Grupo Especial (como bem disse meu amigo Luiz Antônio Simas, é fato que só merece tal denominação o grupo em que estiver a verde-e-branco da Serrinha). Até o Arlindo Cruz, ultimamente sumido, apareceu por lá!

A felicidade coroou uma trajetória de muita luta: faltava dinheiro, o desânimo da queda em alguns momentos pareceu derrubar a escola. Mas graças à confiança de muitos imperianos – não só da diretoria, mas de torcedores que resolveram aproximar-se ainda mais da agremiação, doando tempo, idéias e, sobretudo, amor -, o Império cruzou a Avenida com rara vontade de vencer. No lugar do luxo, o samba no pé e o canto na ponta da língua.

Sob uma chuva fortíssima, o calor de quem passa a desconhecer intempéries, justamente por vivê-las. Em vez de carros luxuosos, uma bateria singular, tendo à frente uma rainha ainda mais singular (alguém viu alguma rainha de bateria, ainda que do Grupo Especial, acompanhar a apuração das notas de sua escola? Pois Quitéria estava lá, anotando, quesito por quesito, as notas que fariam sua – nossa – escola chegar ao título).

Um de nossos sambas bem disse: "imperiano de fé não cansa" - seja na alegria, seja na dor. O Império Serrano talvez encene hoje o ideal da Quilombo do grande Candeia. Nem sob a ameaça da derrota, arredamos pé de nossas tradições. Não abrimos flanco para celebridades ou nomes da hora. No Império, vale mais a Velha Guarda. comandada pelo grande e querido Zé Luiz; vale mais a bateria de mestre Átila (meus respeitos), vale mais a Ala dos Compositores e a comunidade da Serrinha; vale mais a reverência a quesitos que - intangíveis e autônomos quanto à questão financeira - parecem, justamente por esta razão, fora de moda.

A conquista do título e a volta à elite são a prova de que, felizmente, ainda há lugar para esse tipo de carnaval do Rio de Janeiro. Por isso, seja entre torcedores do Império ou não, a grande notícia, com todo respeito à Beija Flor, à sua competência e a seu merecido título, é a nossa vitória no Grupo de Acesso. Dizem que imperianos em geral são chorões. Mas tenho que confessar: é com um imenso orgulho que sinto as minhas lágrimas descerem rosto abaixo na festa."

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