Tuesday, August 26, 2008

Vou ou não vou?

Pedra. Não, pedra não. Pedra tem que ficar parada, paradona. Vem alguém, tropeça e não dá nem pra chamar aquele filho da mãe de filho da p*ta. Não tem fome, não tem sede. Não namora, não tem tesão. Quando dá cria é quando é agredido e quebrado em várias pedrinhas pequeninas e com cara de novas. Apesar de ter a idade da mais velha. Aquela que foi quebrada. Deve ser muito chato isso, essa vida de pedra.
Cachorro é mais tranquilo. Não corre tantos riscos como o gato. Gato briga muito pra conquistar. Sempre tem aquele gato metido a besta que cerca a mesma gatinha. Aí, quando a gatinha tá no cio, vem aquele ritual todo, que só as gatas mesmo gostam. Porque para os gatos é o prelúdio do momento da porradaria propriamente dita. As gatas ficam em casa, no sofá, ou no telhado olhando aqueles gatinhos de unhando por causa delas. Sentem-se tão gostosas que não param de lamber-se um só momento.
Mas cachorro é mais tranquilo. O líder da matilha é o cara que tem preferência na hora da comida, é o cara que escolhe o caminho e segue na frente, é o que tem mais namoradas. Tem lá seus problemas... os carros, as avenidas cheias, as latas cada vez mais altas e aquelas gaiolas de colocar lixo. Bem altas.
Mas a vida do meu cachorro é bem tranquila. Agora ele está lá. Ele não, eles. Estão dormindo, de barriga pra cima, pernas arreganhadas, língua prum lado, orelha pro outro... roncando como porcos. Daqui a pouco acordam, latem um pouco, bebem águam, jantam, dormem mais um pouco, fazem cocô, latem mais um pouco, pedem carinho e dormem. Não esquentam a cabeça com nada. Só quando acham que eu dou mais atenção a um que ao outro. Aí eles brigam, o mais novo se rende e um limpa o sangue do outro. E fica tudo bem.
A gente fica esquentando a cabeça com bobagens como o artigo que voltou, o pagamento a mais que foi feito e que zerou a conta, ciúme e... que faz uma semana que eu não corro. E o pior, que estou morrendo de preguiça... por ainda, que engordei... e que ainda quero tomar uma cerveja hoje.
Pedra não, tudo bem, é exagero. Cachorro também não, porque tem espaço limitado. Mas na próxima reencarnação quero vir uma gata. Gata, não gato. E tenho que rezar muito pra São Francisco de Assis não colocar nenhum chumbinho ou moleque tarado na minha frente.
Amém.

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