Sunday, June 24, 2007

Belo porque singelo

Estava em casa, deitada na cama.
A televisão ficava ali, aos pés da cama e por pior que fosse, relax era sinônimo de TV.
Mas aquele dia, por acaso, parou num canal interessante, sempre frequentado pelo casal (ela e o amado).
E se falava da beleza. Não da beleza das manequins do fashion rio ou do SP fashion week, mas da beleza do dia a dia. Da beleza que nós, simples mortais vemos do trem, do ônibus, em casa, quando vemos o cachorro dormindo naquela posição mais hilária, em que paramos e observamos: " que porra de bicho doido..."
Na verdade, aquela vista inusitada e bela nos traz alegria, o estar no lugar certo na hora certa para podermos obervar aquilo.
Ela já viu um sol se pôr vermelho (saiu até poesia),
Um mendigo num momento de alegria sincera ( e nem havia celular com câmera naquele tempo)
E já viveu tantos momentos tão belos, tão pequenos, mas que significaram tanto...
Era sobre isso que o tal programa falava.
E então falaram da Adélia Prado e ela chorou... eram tão pequenos e valorosos momentos que ela sentiu-se ridícula por tudo que já havia passado por sua cabeça.
E lembrou das manhãs em que acordou, cansada e com sono para ouvir as aventuras da noite, da madrugada, do seu super-herói... que tonta...
E lembrou-se de como era bela a Lapa e seus recantos, como eram interessantes todos os contos e acontecimentos...
E lembrou-se dos gostos e dos encontros dos cotovelos na cozinha... e chorou... que tonta...

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