Saturday, June 13, 2009

Pinheiral

Final de semana passado conheci as cidades de Pinheiral e Arrozal.
Acompanhei o grupo de jongo à inauguração da casa do projeto Ponto de Cultura, Centro de Referência do Jongo de Pinheiral. Visitamos ruínas das propriedades do antigo dono das terras, e aproveitamos para conhecer Arrozal , cidade vizinha.

Em meio a uma dessas voltas, paramos em um campo com pedregulhos, lugar onde, de acordo com nossa guia Meméia, os grãos de café eram pisoteados pelos escravos da fazenda. Nesse lugar resolvemos fazer uma roda em homenagens aos ancestrais. Foram 3 ou 4 pontos, mas que despertaram em algumas pessoas que ali estavam uma energia diferente. Com poucos minutos de roda, ainda no primeiro ponto, subiu-me uma lembrança de todos os pretos velhos, dos meus avós... e começou a vir aquela vibração.
Não chorei. Comecei, mas segurei. Sabia o que estava acontecendo.
Começamos a dançar. Em poucos minutos dois outros colegas choravam copiosamente.
Todos dançamos não com os olhares característicos que temos em rodas festivas, quando brincamos. Mas com um olhar de respeito e satisfação por poder estar ali fazendo aquela homenagem.
Ao final da roda, alguns saíram do local, outros isolaram-se em diferentes pontos daquele campo e fizeram suas orações. Tocaram as pedras, ajoelharam-se, olharam os céus, homenagearam aqueles que estavam ali conosco, mandando todo o seu axé.

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