Thursday, May 10, 2007

Nada como um dia após o outro

Às vezes coisas estranhas acontecem em nossas vidas. Serei sincera: essa mudança imposta pela SME para a educação na cidade do Rio de Janeiro me fez repensar um monte de coisas. Não consegui ver as coisas com o descompromisso de alguns colegas.
Não me importo de trabalhar um pouco mais às vezes, de ter de me detalhar mais um pouco em algo se é realmente necessário e válido. Ainda mais se considero oportuno. Mas o que estão fazendo, não só conosco, mas com todos os alunos dessa rede de ensino não tem outra classificação: é sacanagem!
Acordei na quinta-feira passada amassada, cansada, mal dormida, até pesadelo tive, coisa que não me acontecia há muito tempo. Perdi a hora e lá fui eu até o Jardim Maravilha enfrentar mais um dia de labuta. Van maluca pela Estrada dos Bandeirantes, depois uns minutos esperando e tal 855 (êta ônibus difícil, tchan! rsrsrs), e sigo para a escola, com o ônibus no acostamento, beirando aquele mangue todo. Tudo péssimo, né... noite mal dormida, reconsiderando o meu futuro profissional, considerando novas perspectivas... aquele sono... até que ele atravessa o meu caminho...
Lindo, não tenho como qualificar aquela visão de outra forma. Lindo!!!
Voando nem tão baixo que fosse estranho, nem tão alto que fosse difícil de perceber aquele enorme bico amarelo. Isso, um enorme bico amarelo: um tucano atravessando a pista da Avenida das Américas logo após a Grota Funda, já em Guaratiba. Que visão maravilhosa! Em dias de visita do Papa, seria até oportuno dizer: que visão abençoada!
Coisas que a nossa zona oeste, tão mal amada, vista e considerada, ainda nos permite. Um lindo tucano voando livre entre a Ilha de Guaratiba e a Barra de Guaratiba, bem na direção da Retinga da Marambaia. O que mais dizer sobre aquele dia? Tudo se apaga e me chega à mente: como reverter esse quadro? Socar o mundo não adianta, enfartar aos 32 muito menos... maltratar os alunos, coitados, eles merecem todo o carinho e cuidado... resumindo... tive um bom dia, finalmente.
Como que por “transmimento de pensassão”, minha orientadora pedagógica, a colega Beth, me passou essas palavras de Charlie Chaplin:

“O dia está na minha frente esperando para o que eu quiser.
E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.
Tudo depende só de mim.”



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