Era só o que me faltava mesmo.
Todos sabemos, eu acho, que o sistema de cotas foi implantado sem um ampla discussão da comunidade acadêmica que envolvesse os principais interessados. A política de ação afirmativa veio e esquecemos das reparações. Lembro quando ouvia militantes dizendo que esse seria o primeiro passo, para então lutar por um ensino público digno que não necessitasse de cotas raciais. Aí veio a cota social, uma fita isolante em toda a discussão sobre reparações. E o que veio depois? Silêncio...
Todas as pesquisas mostram que alunos cotistas são os que menos abandonam os cursos, estão entre os melhores de seus cursos. Mas e aquele papo de cota no mercado de trabalho... alguém lembra disso? Ok, o cara, ou a garota, se forma. E quem vai garantir o emprego para o (a) pretinho (a)? Silêncio... Nada de reparações, vamos ficar com a chupeta das ações afirmativas mesmo. A curto prazo, ela é bem legal, ocupa a boca. Mas longo prazo pode trazer sérias consequências... , problemas com a fala, dependência, sensação de impotência quando "ela" está longe. Vicia.
Agora nosso governador surge com a cotas para filhos de policiais e bombeiros mortos em serviço. Ele se acha com responsabilidade pela morte dessas pessoas. E tem mesmo. Mas de quem é a responsabilidade pela morte de milhares de civis nessa cidade, nesse estado?
Eu quero cota em escolas de qualidade para os filhos de pais mortos com balas perdidas. Cotas para filhos e esposas de trabalhadores executados por policiais militares e civis.
Será que algum dia alguém vai assumir a responsabilidade por nós, cidadãos? Ou simplesmente nos darão sempre uma chupeta último modelo ou nos meterão uma fita isolante na boca?
Tuesday, August 7, 2007
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